A doença de Alzheimer (DA) é cada vez mais reconhecida como um transtorno sistêmico com um componente substancial de transtorno metabólico, em que o fígado afeta significativamente o cérebro por meio do eixo fígado-cérebro. Os principais mecanismos incluem o papel do fígado na eliminação da β-amiloide periférica (Aβ), a influência das enzimas e metabólitos hepáticos no declínio cognitivo e os efeitos sistêmicos dos distúrbios metabólicos na progressão da DA. Hepatocinas, proteínas secretadas pelo fígado, incluindo fator de crescimento de fibroblastos (FGF) -21, selenoproteína P (SELENOP), fetuína-A, fator neurotrófico derivado de astrócitos do mesencéfalo (MANF), apolipoproteína J (ApoJ), globulina ligadora de hormônios sexuais (SHBG), adropina e 3 proteínas similares (ANGPTL3), poderia regular a sensibilidade à insulina, o metabolismo lipídico, o estresse oxidativo, as respostas imunes e o suporte neurotrófico. Essas vias estão intimamente ligadas às principais patologias da DA, incluindo agregação Aβ, hiperfosforilação de tau, neuroinflamação, estresse oxidativo e disfunção mitocondrial. Intervenções no estilo de vida, incluindo exercícios e modificações na dieta, que regulam a expressão de hepatocinas, podem oferecer novas estratégias preventivas e terapêuticas para a DA. Esta revisão sintetiza o conhecimento atual sobre a interferência fígado-cerebral na DA, enfatizando o papel mecanicista do fígado em unir a disfunção metabólica à neurodegeneração e ressalta o potencial diagnóstico e terapêutico das hepatocinas no tratamento da patologia complexa da DA.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer; Hepatocinas; Fígado; Distúrbios metabólicos; Metabolismo.