Introdução: A miastenia gravis generalizada autoimune é uma doença que se manifesta com fraqueza muscular flutuante. O inebilizumab é um anticorpo monoclonal que esgota as células B CD19+, que são fundamentais para a patologia da doença.
Métodos: Neste estudo de fase 3, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, inscrevemos participantes com miastenia gravis que tinham anticorpos anti-receptores de acetilcolina ou anticorpos anti-cinase específicos para músculos. Os participantes foram designados aleatoriamente, na proporção de 1:1, para receber inebilizumabe intravenosa (300 mg administrados nos dias 1 e 15 para todos e, adicionalmente, no dia 183 para participantes que eram positivos para anticorpos receptores de acetilcolina) ou placebo correspondente por 52 semanas (em participantes que eram positivos para anticorpos para receptores de acetilcolina) ou 26 semanas (aqueles que eram anticorpos quinase musculares específicos). A terapia com glicocorticóides foi reduzida gradualmente, começando na semana 4, para uma meta de 5 mg por dia na semana 24. O desfecho primário foi a mudança em relação à linha de base na pontuação da escala de Atividades da Vida Diária para Miastenia Gravis (MG-ADL; as pontuações variam de 0 a 24, com pontuações mais altas indicando maior atividade da doença) na semana 26 nas populações combinadas do ensaio clínico positivo para o receptor de acetilcolina e para o anticorpo quinase musculo-específico. Um desfecho secundário importante foi a mudança em relação à linha de base na pontuação na escala Quantitativa de Miastenia Gravis (QMG; os escores variam de 0 a 39, com pontuações mais altas indicando maior atividade da doença) na semana 26 na população combinada. A segurança foi avaliada.
Resultados: Um total de 238 participantes foram submetidos à randomização (119 por grupo). Os participantes que receberam inebilizumabe tiveram uma redução maior na pontuação MG-ADL do que aqueles que receberam placebo (alteração média de mínimos quadrados, -4,2 versus -2,2; diferença ajustada, -1,9; intervalo de confiança [IC] de 95%, -2,9 a -1,0; P<0,001) na semana 26. Os participantes que receberam inebilizumabe tiveram uma redução maior na pontuação QMG do que aqueles que receberam placebo (alteração média de mínimos quadrados, -4,8 versus -2,3; diferença ajustada, -2,5; IC 95%, -3,8 a -1,2; P<0,001). Os eventos adversos mais comuns com inebilizumab foram cefaleia, tosse, nasofaringite, reações relacionadas à infusão e infecções do trato urinário. O inebilizumab não foi associado a uma maior incidência de eventos adversos graves.
Conclusões: Em participantes com miastenia gravis generalizada positiva para o receptor de acetilcolina ou para o anticorpo cinase musculoespecífico positivo, o inebilizumab melhorou a função e reduziu a gravidade da doença. (Financiado pela Amgen; número MINT ClinicalTrial.gov, NCT04524273.).