Introdução: A associação entre colesterol remanescente (CR) e fenótipos de obesidade ainda não está clara.
Métodos: Este estudo foi desenvolvido para avaliar a associação entre fenótipos de RC e obesidade usando dados da Pesquisa Nacional de Exames de Saúde e Nutrição (NHANES). Os sistemas de classificação dos fenótipos de obesidade abrangem os estágios pré-clínico/clínico e de obesidade, que foram avaliados com base em duas diretrizes oficiais de obesidade: a diretriz de obesidade clínica de 2025 e a diretriz de obesidade de 2016 estabelecida pela Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos e pelo Colégio Americano de Endocrinologia (AACE/ACE). Os participantes foram selecionados de acordo com os critérios diagnósticos de obesidade propostos na diretriz clínica de obesidade de 2025 e foram categorizados em tercis com base em seus níveis de RC. Seus fenótipos de obesidade, manifestações clínicas relacionadas à obesidade, comorbidades relacionadas à obesidade e características foram então descritos. Análises de regressão logística e modelos de spline cúbico restrito (RCS) foram usados para analisar a relação entre RC e fenótipos de obesidade adversa. As análises de sensibilidade foram conduzidas em pacientes que não receberam medicamentos hipolipemiantes.
Resultados: Este estudo incluiu 3.207 participantes adultos, revelando padrões de prevalência distintos: 47,80% exibiram obesidade pré-clínica e 17,81% apresentaram obesidade clínica, enquanto a estratificação do estágio da obesidade demonstrou prevalência de 0%, 12,76% e 21,63% para os estágios 0, 1 e 2, respectivamente. Análises de regressão multivariável demonstraram relação dose-resposta entre os níveis de CR e os fenótipos de obesidade adversa, com indivíduos no tercil de CR mais alto apresentando riscos significativamente elevados de obesidade clínica (OR 1,95, IC 95% 1,19-3,19) e progressão do estágio de obesidade (OR 1,96, IC 95% 1,06-3,62) em comparação com o grupo de referência do tercil mais baixo. As análises de RCS revelaram ainda uma associação semelhante em forma de “J” entre os níveis de CR e fenótipos de obesidade adversa (P para não linearidade < 0,001), compartilhando um ponto de inflexão comum de 0,51 mmol/L. As análises de sensibilidade confirmaram a consistência dos resultados entre pacientes que não estavam recebendo terapia hipolipemiante.
Conclusões: Verificou-se que o RC está associado de forma positiva e independente aos fenótipos adversos da obesidade, particularmente quando os níveis de RC excederam 0,51 mmol/L, demonstrando uma associação similar na forma de “J”. Recomenda-se que os médicos monitorem os níveis de RC em pacientes obesos como um indicador primário de rastreamento para fenótipos adversos da obesidade.
Palavras-chave: Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição; Fenótipos da obesidade; Estágio da obesidade; Obesidade pré-clínica/clínica; Colesterol remanescente.