Introdução: A gravidez em indivíduos com diabetes e/ou hipertensão, especialmente quando não diagnosticada, não tratada ou não controlada, pode resultar em consequências graves, incluindo mortalidade materna e infantil. A contracepção é crucial para o controle da gravidez em indivíduos com diabetes e/ou hipertensão. No entanto, a tomada de decisão e as experiências relacionadas ao uso de anticoncepcionais entre essa população em países de baixa e média renda são pouco compreendidas. Este estudo tem como objetivo explorar as barreiras ao uso de anticoncepcionais entre homens e mulheres sexualmente ativos que vivem com diabetes e/ou hipertensão.
Métodos: Conduzimos um estudo qualitativo usando a abordagem fenomenológica empírica. Entrevistamos participantes diagnosticados com diabetes e/ou hipertensão, bem como partes interessadas na prestação de cuidados a indivíduos que vivem com pelo menos uma dessas duas condições e prestadores de serviços de planejamento familiar. Guias de entrevista semiestruturados foram usados e os dados foram coletados por meio de quatro discussões de grupos focais, quatro entrevistas em profundidade e dez entrevistas com informantes-chave. Todas as entrevistas foram transcritas e analisadas tematicamente.
Resultados: Pessoas que vivem com diabetes e/ou hipertensão encontram mal-entendidos e várias barreiras quando se trata de usar anticoncepcionais. Essas experiências foram categorizadas em quatro temas principais e nove subtemas. Os temas identificados foram: (i) falta de consciência/conhecimento inadequado e mal-entendidos, (ii) crenças sociais e religiosas, (iii) barreiras aos anticoncepcionais disponíveis e acessíveis e (iv) falta de coordenação entre instalações que oferecem serviços de planejamento familiar e tratamento e manejo de diabetes e/ou hipertensão.
Conclusão: Os resultados fornecem uma compreensão abrangente das complexidades e considerações envolvidas na tomada de decisões relacionadas ao uso de anticoncepcionais entre indivíduos com diabetes e/ou hipertensão. Essas descobertas podem ser usadas na formulação de políticas e no desenvolvimento de programas para promover o uso de anticoncepcionais e melhorar os resultados de saúde reprodutiva dessa população.
Palavras-chave: Bangladesh; Controle de natalidade; Contracepção; Diabetes mellitus; Serviços de planejamento familiar; Hipertensão; Saúde reprodutiva.